quarta-feira, dezembro 14, 2011

A primeira impressão é que sempre fica! Parte 2: Comunidades Indigenas

Salve, salve! Amantes da selva. Como estão?

Desculpe-me a demora para este post, mas aqui vai a nossa terceira dica saindo quentinha do forno!

O tema a ser abordado hoje, é de certa forma uma continuação da segunda postagem, sobre a primeira impressão das pessoas a nosso respeito.

Hoje falando um pouco sobre o contato com tribos e/ou comunidades indígenas trago dicas de como deveria ser a abordagem com estes povos, claro se tratando da minha pouca experiência. E o que vocês sabem ou imaginam que seja uma tribo indígena na Amazônia?
Por favor esqueçam esse negócio de mim isso, tu aquilo, essas baboseiras que vocês vêem em filmes Hollywoodianos. Galera, essa história de que índio vive na selva e anda nu é coisa totalmente do passado e diria até da época em que os portugueses chegaram aqui nestas terras. Saibam que as tribos indígenas hoje em dia não ficam por ai andando nu, com cocar na cabeça parecendo bicho do mato, fazendo a dança da chuva, fumando o cachimbo da paz e outras coisas mais que vocês imaginem. Então, por favor, não cheguem com esta idéia fixa na cabeça caso queiram ter um contato com essa cultura. 

É claro que por eu ser filha da Amazônia, carrego também em meu sangue o DNA indígena, e que fique claro que me orgulho e muito disso. E ainda mais por ser meio nordestina, meio portuguesa, meio espanhola, meio indígena, meio negra, uma mistura de tudo que me tornou inteiramente multiculturalizada (reconhecimento das diferenças e individualidades de cada um).

Mas é claro que ao mesmo tempo que os índios estão “civilizados”, este termo é muito relativo, eles ainda assim tem traços fortíssimos da sua cultura ancestral. E a cultura indígena é rica em etnias, por exemplo, é como se fosse um continente cheio de países onde cada um tem sua própria cultura e língua, mas mesmo assim todos eles entre si convivem muito bem.

Se tratando da minha experiência com os índios Sateré-Mawes, posso dar umas dicas da experiência que adquiri e relatá-la um pouco. Lembrem-se cada tribo tem sua etnia e algumas diferenças culturais existem.

A primeira vez que tive contato com índios verdadeiramente falando, foi com os Sateré-Mawes, aqueles que tem o ritual da luva cheia de formigas Tucandeiras, que são e-nor-mes por sinal. Eles realizam este ritual para marcar a passagem de menino para guerreiro e o que mais me impressionou foi ver as crianças já com suas mãozinhas pintadas brincando de futuros guerreiros. É isso é coisa pra macho mesmo e desafio qualquer uma aí que aceite levar umas 20 ou mais vezes na vida, ferradas como essa que é capaz de derrubar um de dor!!!

Então quando fui realizar este meu primeiro trabalho, também estava cheia de expectativas e dúvidas de como seria esta relação. Mas aí eu bem curiosa como sou perguntei a um amigo como eu deveria me comportar e como tinha sido a experiência dele. Ele me deu dicas valiosas, que repasso para você caro amigo(a) e qualquer um que já teve esta experiência pode concordar. Aceito até mais dicas (por favor compartilhem).

  • Primeiro de tudo quando for fazer uma refeição pela primeira vez aceite tudo que eles derem a você, por mais que seja nojento, pior que comida francesa. Agem assim para fazer uma espécie de teste com você, algo do tipo "vou ver se esse cara ou essa mulher tem nojo da gente ou tem frescuras de mais". Mas se acalmem isso só será a primeira vez, depois deste teste vocês irão desfrutar dos mais deliciosos quitutes indígenas. Podem acreditar.
  • Nunca faça cara de nojo ou que não esta gostando de certa situação, lembre-se que o intruso é você então segure as pontas. 
  • Homens tentem não se relacionar com as índias, digo isso porque pode acontecer e piorar sua relação com a tribo ocasionando sérias conseqüências, mesmo vale para a mulherada!
  • Respeitem sempre os mais velhos, são os que geralmente nos recebem e que facilitam nossa inserção.
  • Tentem de verdade, acompanhar a rotina da tribo, dependendo do tempo que permanecerem na tribo tentem acompanhá-los nas atividades. Claro se sobrar um tempinho, mas isso a gente sempre arranja.
  • E respeitem todos os rituais que você presenciar, mesmo que você não concorde com alguma coisa que assistir, fique na sua, aprecie e tente aprender algo com toda esta experiência.






Agradecimento especial a minha prima Vivian Martins por sua colaboração :)